top of page
Histórias e tradições

Nossa Santa Bárbara d'Oeste

HISTÓRIA

História

VOLTANDO AO PASSADO PARA ENTENDER O PRESENTE...

As informações acerca da história da cidade foram todas cedidas em entrevista pelo historiador autodidata Antônio Carlos Angolini, o melhor entendedor da história de SBO atualmente. Confira uma parte da entrevista:

Estamos no início do século XIX e, com a abertura de uma estrada que liga Campinas a Piracicaba, sesmarias de todos os tipos e tamanhos estão sendo vendidas. Segundo o historiador ABO - Antônio Bruno Oliveira, a história de Santa Bárbara d’Oeste realmente começa quando Dona Margarida da Graça Martins, viúva do sargento-mor Francisco de Paula Martins, juntamente com seus filhos, parentes e escravos, vem tomar posse de uma sesmaria de cana de açúcar que seu marido havia adquirido em hasta pública em um leilão na capital paulista, terras que pertenciam a Diogo de Toledo. Muito religiosa e devota de Santa Bárbara, Margarida doa parte de suas terras à Cúria Paulistana para a construção de uma capela. Como não há registros de uma data de inauguração, o dia 4 de dezembro de 1818 foi considerado o de fundação da cidade, que recebeu o nome de Santa Bárbara em homenagem a Bárbara de Nicomédia, cristã santificada pela Igreja Católica. Dona Margarida não sabia, mas ao doar essas terras acabou se tornando a fundadora da cidade, dando a condição inicial para que, a partir dali, surgisse uma vila.

Dona Margarida da Graça Martins

A estrada que beira o município é cercada por uma região banhada por fartos cursos de água e terras, propícias para a plantação de cana-de-açúcar e cereais. A terra boa e a água farta trazem para a região pessoas interessadas em expandir seus negócios.  

Lavradores interessados chegam e a região começa a ser povoada por gente que se dedica fielmente à cultura da cana e de cereais. Recebe também imigrantes norte-americanos, sobreviventes humilhados e envergonhados da Guerra da Secessão, um violento confronto que dividiu os Estados Unidos, e querem a chance de refazer suas vidas. Como são de cultura diferente, trazem com eles novos costumes que vão ser adaptados aos nossos e também novos métodos agrícolas, que vão ajudar para que a agricultura progrida de uma maneira incrível. Além dos norte-americanos, colonos de origem europeia também chegam para trabalhar na agricultura. Com isso o povoado foi se formando e se desenvolvendo, dando grande impulso ao desenvolvimento econômico e social da região.

Agora, já em 1877, João Frederico Rehder, de Prudente de Moraes, compra a Fazenda São Pedro e inicia o cultivo de cana-de-açúcar em larga escala. Monta o primeiro grande engenho do munícipio e inaugura a destilaria de álcool. Vivemos o grande impulso da indústria açucareira.

ESTANDO NO PRESENTE PARA ENTENDER O QUE PASSOU...

Com o passar dos anos, com a cultura agrícola estabilizada e desenvolvida, novas indústrias foram surgindo, como a de tecidos, de implementos agrícolas, tornos mecânicos e por último, mas não menos importante, a indústria automobilística, que fez com que o crescimento urbano fosse acelerado e cada vez maior. Atualmente, Santa Bárbara d’Oeste e Americana formam o mesmo núcleo urbano em vários bairros.

O município teve seu desenvolvimento todo em função da agricultura, porém, a partir da década de 1970 a tradição agrícola começou a ser deixada um pouco de lado. Parques industriais foram implantados, criaram-se distritos especialmente para essa finalidade e o desenvolvimento acentuou-se na indústria e no comércio. 

Você encontra mais sobre a história de SBO no Centro de Documentação Histórica no site da Fundação Romi

AMERICANOS

Imigração dos americanos

Desde o século 19, Santa Bárbara d’Oeste preserva a influência dos primeiros imigrantes americanos

Noemia Alice Cullen Pyles, 70 anos, moradora de Santa Barbara d’Oeste e ex-presidente do Cemitério dos Americanos, conta que a vinda de seus antepassados ocorreu no período de 1861 a 1865, quando estava acontecendo a Civil War, Guerra da Secessão. Os descendentes habitavam o sul dos EUA e, cansados com a dificuldade instaurada no período de guerra, resolveram procurar um novo país para recomeçar a vida. Um dos primeiros norte-americanos a chegar ao município foi o coronel William Hutchinson Norris, ex-combatente da guerra civil e ex- sendador do estado do Alabama, juntamente com seu filho, Robert Norris. Eles aprimoraram técnicas e ministraram cursos de cultivo de algodão aos fazendeiros locais. Após a chegada dos Norris, cerca de 90 famílias vieram em busca de condições melhores e trouxeram, junto com eles, novas técnicas agrícolas, médicos, escolas e, sobretudo, a primeira Igreja Batista do Brasil, documentada como sendo a do Cemitério do Campo, mais conhecido como Cemitério dos Americanos.

Foto por Antônio Carlos Angolini

A vinda dos americanos para a região tem um fato curioso: um dos principais pontos turísticos de Santa Bárbara d’Oeste é o Cemitério do Campo. A área do cemitério foi construída pelos imigrantes porque não era permitido sepultar pessoas não católicas na necrópole católica da cidade e acabou se tornando ponto turístico.  Além de contar com uma estrutura arquitetônica diferenciada, o cemitério também exibe a tradição americana em algumas cerimônias.

O Cemitério dos Americanos, iniciado no dia 13 de julho de 1868, com o sepultamento Beatrice E. Oliver, situa-se na zona rural e é administrado pela Fraternidade de Descendência Americana, que promove reuniões e eventos no local com a finalidade de preservar os costumes e tradições dos imigrantes estadunidenses. Fundada por Charlie Benjamin Mac Fadden, em 1954, a Fraternidade passou a contar com sócios contribuintes para manter o cemitério conservado. Em 1993, Noemia Alice Cullen Pyles se tornou presidente. “Creio que depois de 12 anos no grupo, ser presidente foi algo bem natural e o desejo de dar continuidade e ajudar permaneceu desde o início sendo um trabalho voluntário, no qual temos a visão de sempre cuidar de nosso Cemitério. No momento sou 1ª secretária e lá se vão 35 anos.”.    

A imigração norte-americana deu início a um dos principais eventos da cidade, a Festa Confederada Brasil-Estados Unidos, que acontece no Cemitério do Campo, no qual descendentes do país inteiro, vestidos com roupas típicas do sul dos Estados Unidos, se reúnem para preservar suas tradições. Realizada desde 1986, a festa tem como objetivo manter viva a memória dos antepassados, que tinham no Cemitério dos Americanos o seu ponto de encontro mensal e já foi ponto importante para diversos namoros, casamentos e negócios.

A área do cemitério é dividia em duas partes: a primeira é conhecida como a área social, onde é realizada a Festa Confederada, e a segunda é o Hallowed Ground, Campo Sagrado, onde ficam as sepulturas e a capela.

A celebração tornou-se um dos maiores eventos culturais de Santa Bárbara d’Oeste e, além da reconciliação com os descendentes, arrecada fundos que ajudam na preservação do Cemitério e suas dependências. Quando questionada se as próximas gerações darão continuidade a tradicional Festa Confederada, Noemia se mostra esperançosa. “Quando vejo que depois de seis gerações ainda existe muito amor e interesse por nosso Cemitério, não tem como pensar que não haverá continuidade na Festa. Minhas filhas e netas dançaram desde muito pequenas, e nesta Festa de 2016 minha bisneta foi com apenas 1 aninho usando um vestido que eu  fiz. Como já tinha feito para minhas filhas, netas, agora foi a vez da bisneta”.

Entrevista com Lourdes Martins e Ana da Cruz que são descendentes de americanos e falam sobre a imigração para a cidade

Para mais fotos acesse nosso flickr:
VIA CRUCIS

Santa Bárbara d'Oeste, palco do Via Crucis

Para cada apresentação existe aquele toque realista, que só é permitido com os trabalhos realizados por uma equipe especializada em cenografia, que com apenas isopor, espuma, tecidos, areia e materiais específicos, criam uma cidade cenográfica.

O figurino também é pensado com cuidado, a equipe do Via Crucis tem um guarda-roupa composto por mais de 300 peças, além de diversos adereços que vestem os atores durante todas as noites de apresentação. A cada ano novas peças são confeccionadas. Todos os detalhes do espetáculo são planejados desde o início do ano para que seja uma apresentação única e inovadora.

O maior desafio para toda a equipe de planejamento e produção para realizar o espetáculo é o clima, se chove o evento é cancelado, como aconteceu em 2016. Entretanto todos se mobilizaram e trabalharam juntos  para a realização de duas apresentações extras, com todo apoio dos voluntários, muita divulgação jornalística e publicações em redes sociais, tendo em vista a grande quantidade de envolvidos, o que colaborou muito na divulgação, o palco recebeu muitos telespectadores e o Via Crucis não parou. Neste mesmo ano, 29 mil pessoas estiveram presentes prestigiando o evento, superando o ano de 2015 que recebeu apenas 27 mil telespectadores.

Para retratar a história de Jesus Cristo os organizadores se pautam inicialmente na bíblia, porém não se prendem apenas aí, neste ponto eles são abertos a novas ideias e criações. Muitos personagens e cenas que não estão nas páginas deste livro são acrescentados sem manter um compromisso exclusivo com a bíblia. Criam uma releitura poética, sem vínculos religiosos, embora a maior parte do público seja religiosa, recebem telespectadores de diversas religiões, não esquecendo seu maior foco que é transmitir uma mensagem de amor ao próximo, paz e união, quebrando todo tipo de preconceito.

O local onde o evento acontece não é preparado exclusivamente para o Via Crucis, o cenário é alocado e uma equipe de cenografia é contratada para prestar os serviços de construção da estrutura, com uma verba destinada à cenografia que só é possível graças à lei de incentivo.

A cada ano a equipe busca uma concepção nova, desde planejamento da dramaturgia até a cena final, muitas mudanças são feitas, inclusive no elenco. O único personagem que raramente é trocado é Jesus, que é o que mais exige do ator, como no caso do ator Bruno Bortolucci que está neste papel há quatro anos no Via Crucis, porém participa do espetáculo há 11 anos.

Taína Camargo participa pela primeira vez no Via Crucis interpretando Maria de Nazaré, aos 43 anos, em 2016, ela esteve presente nas oficinas preparatórias dirigidas por Otavio Delazena e foi escalada para o papel “me joguei mesmo, como dizem. Foi muita responsabilidade e alegria interpretar essa mulher forte e sensível que é a mãe de Jesus de Nazaré’’ conta. A atriz ainda se diz muito feliz por fazer parte da família Via Crucis e que vai seguir essa carreira.

1998, ano de mudanças para os palcos da cidade de Santa Bárbara d’Oeste, quando os diretores de teatro José Farid e Carlos Jerônimo criam um projeto inovador. O espetáculo Via Crucis - nome derivado do caminho de Jesus carregando a cruz - surge para representar de modo artístico A Paixão de Cristo. O evento tem parceria com a secretaria de cultura, com a prefeitura e ainda recebe a colaboração de todo o elenco, que ajuda na produção, e também dos patrocinadores.

Para a realização é necessário uma equipe de 100 atores que trabalham voluntariamente e são selecionados nas oficinas preparatórias que são dirigidas por Otávio Delazena, ator, diretor e dramaturgo. A produção também conta com a participação de músicos, cantores, dançarinos, artistas plásticos, artesãos, maquiadores, cabeleireiros, jornalistas e publicitários.

Atualmente, o Via Crucis já ultrapassou a marca de mais de 70 apresentações realizadas. A cada ano, a equipe elabora cenas novas e busca sempre criar visões diferenciadas que o projeto tenta transmitir ao grande público.

Através da implantação do projeto do espetáculo Via Crucis grupos de teatro da cidade, membros de corais, estudantes e cidadãos comuns, encontraram a possibilidade de se desenvolverem artisticamente.

O espetáculo não é religioso, e hoje é classificado como "Patrimônio Cultural e Imaterial", (bem de natureza imaterial considerado importante para a identidade da sociedade brasileira / art. 216 da Constituição Federal), o Via Crucis tem a intenção de levar ao público cultura e história, além de promover uma transformação social.

É no Centro Social Urbano que há 19 anos o espetáculo leva a mensagem de otimismo para mais de 250 mil telespectadores, tendo em vista os desafios que a vida moderna apresenta. A cada ano os organizadores do evento buscam inovações para tornar cada apresentação única e especial, melhorando a qualidade, a estrutura cênica, o conforto e também o número de espectadores. Em 2016 o Via Crucis contou com diversas novidades como o palco giratório e com uma divulgação extremamente ampla para que o evento chegasse ao maior número de pessoas possíveis. O planejamento para o evento em 2017 promete ainda mais emoções em comemoração aos 20 anos do projeto.

No ano de 2005, o espetáculo Via Crucis abriu as portas para transformações ao receber a direção do coordenador do Núcleo de Atividades Teatrais de Santa Bárbara d’Oeste, Almir Pugina, responsável pela profissionalização da peça. Entretanto, é apenas em 2012 que esse processo ganha intensidade, quando a direção artística começa a ser realizada por Otávio Delaneza e a produção nas mãos de Pugina.

E as mudanças não pararam por aí. A cenografia passa a ser desenvolvida por uma equipe especializada e o elenco agora também participa no processo de produção, na elaboração da dramaturgia, na criação dos figurinos e também da maquiagem. Tornam-se então a Família Via Crucis, contando com a coordenação de Evandro Felix e Lays Ramires.

Além do público barbarense, todos os anos eles recebem muitos municípios de toda a região metropolitana de Campinas que prestigiam a encenação. Para a realização do espetáculo, são aproximadamente 1.000m² de cenário, composto por palcos e arena, além de armações de ferro, andaimes e placas de madeira, que modificam temporariamente a paisagem do Centro Social Urbano.

Para cada apresentação existe aquele toque realista, que só é permitido com os trabalhos realizados por uma equipe especializada em cenografia, que com apenas isopor, espuma, tecidos, areia e materiais específicos, criam uma cidade cenográfica.

O figurino também é pensado com cuidado, a equipe do Via Crucis tem um guarda-roupa composto por mais de 300 peças, além de diversos adereços que vestem os atores durante todas as noites de apresentação. A cada ano novas peças são confeccionadas. Todos os detalhes do espetáculo são planejados desde o início do ano para que seja uma apresentação única e inovadora.

SITE OFICIAL

Em entrevista, Taína Camargo, que interpretou a personagem Maria de Nazaré, conta como foi sua primeira experiência como atriz, que estreiou num importante papel e nesse belo e grande espetáculo.

Evandro Felix fala sobre a experiência de ser tão cedo (21 anos) coordenador de marketing do espetáculo.

Rose Romano, participante pelo quarto ano consecutivo no Via Crucis 

#NOSSASBO

A #NossaSBO

Com uma população que se aproxima de 200 mil habitantes, Santa Bárbara d’Oeste, definitivamente, ocupa seu espaço e assume o papel como uma das cidades médias que mais se destacam no Estado de São Paulo, pela agricultura, indústrias e frequente desenvolvimento. A preservação da história e a manutenção da qualidade de vida não são apenas objetivos, mas síntese de uma realidade na qual estão inseridos seus cidadãos. Confira alguns depoimentos sobre a cidade de alguns moradores:

Coral Municipal de SBO

Luís Carlos e Vitória

Paulo Clemente e Mirian Clemente

Santa Bárbara é uma típica cidade do interior e como tal, possui uma boa qualidade de vida para quem deseja um ritmo tranquilo. Adoro essa cidade na qual moro há mais de 30 anos.

Roberto Silva

Envie sua foto de Santa Bárbara d'Oeste para nossa galeria

#NossaSBO

Mande um depoimento para a gente

Parabéns! Sua mensagem foi recebida.

bottom of page